Decorria a conferência de imprensa, após o anúncio do décimo agravamento dos juros da zona euro, quando o computador de uma jornalista caiu. Christine Lagarde pausou o discurso, brincou com quem estava a ver pela TV por não terem assistido ao momento ao vivo, e voltou depois à sua intervenção. Uma distração que a líder do Banco Central Europeu (BCE) recusa no combate à inflação: está a abrandar, mas está longe da meta; poderá não haver novas subidas de taxas de juro, como a que ocorreu esta quinta-feira, nas próximas reuniões, mas um alívio parece distante. Para já a taxa diretora principal está em 4,5%, o nível mais alto desde que o BCE tomou o controlo da política monetária da zona euro em 1999.
É um mundo de indefinições aquele em que se encontra a autoridade monetária da zona euro: há uma “inflação demasiado alta por demasiado tempo”, pelo que “as taxas de juro diretoras do BCE serão fixadas em níveis suficientemente restritivos, durante o tempo que for necessário”. Qual o período, é uma incógnita.