O mês de julho representou uma queda maior do comércio externo português, tanto nas exportações como nas importações de bens, no que toca à comparação com o mesmo mês do ano passado. As exportações de bens caíram 10,6%, ao passo que as importações recuaram 8,2%, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 8 de setembro. Um mês antes, a diminuição homóloga tinha sido de 3,4% e 7,7%, respetivamente.
Estes montantes, que são contabilizados em valores nominais, isto é, a preços correntes, refletem o abrandamento da inflação e a deflação de preços sentida em algumas categorias de produtos, como é o caso dos combustíveis.
As importações de combustíveis e lubrificantes desceram 47,8%, beneficiando sobretudo de uma queda de preços.
As importações de fornecimentos industriais caíram 13,6%, devido principalmente à queda da compra ao estrangeiro de metais comuns.
Em paralelo, Portugal exportou menos 46,3% em combustíveis e lubrificantes, uma evolução que também se justifica com o menor volume vendido e com o menor preço praticado.
O país exportou menos 18,3% em fornecimentos industriais, principalmente produtos químicos e pastas celulósicas e papel.
Sem o efeito dos combustíveis e lubrificantes, em julho as exportações caíram 7,1%, ao passo que as importações aumentaram 0,2%. Em junho, a variação homóloga tinha sido positiva em 1,1% e 2,5%, respetivamente.
Já no que toca as índices de valor unitário, vulgo preços dos bens, estes “registaram variações de -4,2% nas exportações e -9,1% nas importações (-5,2% e -9,4%, respetivamente, em junho de 2023; em julho de 2022 as variações tinham sido +18,4% e +22,5%)", segundo a autoridade estatística portuguesa.
Se excluirmos os produtos petrolíferos, nos preços "registaram-se decréscimos de 0,3% nas exportações e de 3,4% nas importações (+0,2% e -3,0%, respetivamente, em junho de 2023; em julho de 2022 as variações tinham sido +14,2% e +15,0%)”, detalha o INE.
Feitas as contas, o défice da balança comercial portuguesa caiu 7 milhões de euros em julho, em comparação com o mesmo mês do ano passado, para os 2218 milhões de euros, graças à diminuição tanto do preço como do volume comprado e vendido de produtos petrolíferos.
Porém, excluídos os bens do segmento combustíveis e lubrificantes, registou-se um aumento de 477 milhões de euros do défice para os 1709 milhões de euros.
No que toca às contas trimestrais, “no trimestre terminado em julho de 2023, as exportações e as importações diminuíram 7% e 6,7%, respetivamente, em relação ao mesmo período de 2022 (-4,8% e -6,2%, pela mesma ordem, no segundo trimestre de 2023)”, resume.