A reunião do comité de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), o banco central norte-americano, decidiu esta quarta-feira por unanimidade aumentar os juros em 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual). O intervalo da taxa diretora da Fed subiu de 5%-5,25% para 5,25%-5,5%.
A decisão era esperada pelos mercados financeiros depois de uma mini pausa no aumento dos juros na reunião de junho. A taxa diretora está, agora, em máximos de 22 anos.
O ciclo de aumentos da taxa diretora de Fed iniciou-se em março do ano passado e já acumula 525 pontos-base. O Banco Central Europeu (BCE) divulgará na quinta-feira a decisão de política monetária, prevendo-se que, também, suba os juros em 25 pontos-base, aumentando a taxa diretora para 4,25%.
FMI antecipa que Fed vai entrar em pausa prolongada
Nos pressupostos das previsões macroeonómicas que o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou esta semana, os juros da Fed atingirão um pico em torno de 5,6%, seguindo-se uma pausa prolongada.
Os mercados de futuros apontam para uma entrada em pausa já na próxima reunião de 20 de setembro e o primeiro corte de juros é previsto para maio de 2024, segundo as probabilidades apontadas pelo FedWatch Tool da CME.
Austrália e Nova Zelândia não subiram juros
Em trinta decisões de política monetária em julho, apenas sete até à data foram de subida dos juros, já incluindo a aprovação desta quarta-feira do aumento de 25 pontos-base pela Fed. Em junho, as subidas somaram 14 decisões.
Nas economias desenvolvidas apenas o Banco do Canadá optou por aumentar os juros em 25 pontos-base, subindo a taxa para 5%. Os Bancos da Reserva da Austrália e da Nova Zelândia decidiram fazer uma pausa. Nos dois casos depois de 12 decisões de aumento consecutivas. Os juros estão em 4,1% para a Austrália e 5,5% para o vizinho.
Nas economias emergentes, a Turquia voltou a subir os juros pela segunda reunião consecutiva, desde que entrou a nova governadora na sequência do novo mandato do presidente Erdogan. O aumento foi de 250 pontos-base (2,5 pontos percentuais) e os juros situam-se, agora, em 17,5%. Na Rússia, que se encontra num contexto de economia de guerra, a opção foi, também, de aumento dos juros, depois de um ciclo de descidas desde outubro de 2022. O Banco Central da Rússia subiu os juros em 100 pontos-base (1 ponto percentual) para 8,5%.