O fundo alemão Mutares já assinou o contrato de compra e venda da Efacec com a Parpública, onde estava estacionada a participação de 71,73% no capital da empresa, outrora detida por Isabel dos Santos e nacionalizada em julho de 2020.
Em comunicado, a Mutares avança que a “conclusão da transação está prevista para o terceiro trimestre de 2023". E detalha que este “é o terceiro negócio [que faz] na Península Ibérica e a segunda aquisição de plataforma na região, reforçando o segmento de engenharia & tecnologia”.
Fechada esta fase ainda há outros passos a dar. O negócio tem de ser aprovado pela Direção Geral da Concorrência da União Europeia. E está prevista a negociação da Mutares com os credores, nomeadamente os bancos e os obrigacionistas.
Johannes Laumann, membro da administração da Mutares, responsável pelos investimentos, mostra-se satisfeito. “Estamos muito felizes em anunciar a nossa segunda aquisição em 2023. Estou convencido de que, com a nossa experiência operacional e as tendências em curso no sector da energia, podemos continuar a desenvolver o potencial da empresa e colocá-la de novo no caminho do crescimento sustentável”, comenta.
O gestor tece elogios à empresa portuguesa e dá uma nota de esperança. "A Efacec é uma excelente opção para o portefólio da Mutares, uma vez que beneficiará de uma relevante plataforma que ajudará a canalizar melhorias de valor, permitindo que a empresa recupere a sua posição de liderança no mercado e regresse à trajetória de crescimento", lê-se no comunicado.
Para já, nada diz sobre quanto irá investir na empresa portuguesa, nem qual o modelo de negócio que propõe para a salvar. Johannes Laumann sublinha que a Efacec é “especializada no fabrico e fornecimento de equipamentos e soluções críticas nos sectores da energia, engenharia e mobilidade”. E com uma forte especialização em torno da transição energética e na ”vanguarda dos avanços tecnológicos".
No mesmo documento, o fundo Mutares, refere que para o exercício de 2023 prevê obter “receitas consolidadas de 4,8 mil milhões de euros a 5,4 mil milhões de euros”. Acrescentando que com base nestas receitas estimadas, até 2025 “deverão aumentar ”para cerca de sete mil milhões de euros". Explicando que "à medida que a carteira cresce, o mesmo acontece com as receitas de consultoria que, com os dividendos da carteira e de saída, revertem a favor da Holding Mutares. Por conseguinte, é esperado um resultado líquido na holding no intervalo de 125 a 150 milhões de euros para o ano financeiro de 2025".
A Mutares, como noticiou o Expresso na sua edição impressa desta sexta-feira, está já a falar com equipas dentro da Efacec.