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Economia

Descida da inflação pode ser mais lenta do que se esperava

Os dados de fevereiro sobre a evolução dos preços na zona euro lançaram o alerta: a descida da inflação foi marginal e o indicador subjacente continuou a subir

Dado Ruvic

Uma surpresa negativa. Foi assim a evolução dos preços na zona euro em fevereiro, segundo os dados avançados pelo Eurostat na última sexta-feira. A inflação desceu apenas de forma marginal, com a variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) a passar de 8,6% em janeiro para 8,5% em fevereiro. E em países com grande peso, como Alemanha, França e Espanha, verificou-se mesmo um aumento. Mais ainda, o indicador de inflação subjacente — que exclui produtos energéticos e produtos alimentares não transformados, com preços mais voláteis — continuou a subir.

Os economistas avisam para o risco de um recuo da inflação mais lento do que se chegou a prever. É o caso de Paula Carvalho, economista-chefe do BPI: “Há múltiplos fatores em jogo que apontam para direções opostas. Deveremos ter uma tendência descendente, mas com volatilidade e mais lenta do que o esperado, sobretudo na componente subjacente.” E antecipa que “no final do ano a taxa de inflação na zona euro poderá aproximar-se dos 3% em termos homólogos, ainda que em termos médios a nossa previsão seja de 5,3% em 2023”.