Economia

"Bancos têm condições para não promoverem empobrecimento dos trabalhadores", diz líder sindical

O presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, Paulo Marcos, marcou presença no protesto junto ao Novo Banco e ao BPI e diz que os bancos podem ir além dos 2,5% de aumento proposto para 2023

Pedro Nunes

Delegados sindicais, sócios do sindicato e trabalhadores da banca estão a manifestar-se esta quinta-feira contra a proposta de aumento dos bancos para 2023. O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) pede 6,25% de aumento para 2023 e os bancos contrapõem com 2,5%.

Ao Expresso o presidente do SNQTB, Paulo Marcos, afirma que “existem condições objetivas para que as instituições bancárias não promovam em 2023 o empobrecimento dos trabalhadores bancários”.

O presidente do SNQTB, que já esteve presente de manhã nos protestos junto ao Novo Banco e ao BPI, em Lisboa, estará depois na iniciativa junto ao Santander, na rua da Mesquita, refere ainda ao Expresso que “em Espanha os sindicatos minoritários firmaram acordos com bancos que têm presença em Portugal para aumentos de 4,25% e outros de 5% para 2023, o que não faz sentido”.

“Os mesmos bancos [BPI, Santander e Bankinter] do outro lado da fronteira negoceiam para 2023 4,25% e aqui em Portugal, apesar de até serem mais rentáveis que as suas casas-mães, fazem uma proposta de 2,5%”, diz Paulo Marcos, notando que esse valor é muito inferior à inflação, que em dezembro foi de 9,6%, com uma média anual de 7,8% em 2022.

O sindicato a que preside Paulo Marcos não chegou a acordo com os bancos em 2022, quando outros sindicatos fecharam os aumentos em 1,1%.

Os protestos foram agendados para a hora de entrada, almoço e hora de saída dos bancários das agências - no Novo Banco entre as 8h15 e as 9h30, no BPI entre as 12 h e as 13h30, e no Santander à saída, ou seja entre as 16h15 e as 16h45.