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Combate à inflação em alta velocidade: 71 bancos centrais já subiram os juros quase 230 vezes

A palavra de ordem é desinflacionar, custe o que custar à economia e ao emprego. Nos primeiros sete meses de 2022, os bancos centrais já subiram duas vezes mais os juros do que em todo o ano passado. O campeão é a Hungria. A taxa mais elevada no mundo é de 200%. O BCE encerrou em julho o capítulo do dinheiro barato iniciado há onze anos. Esta quinta-feira, o Banco de Inglaterra deverá anunciar uma nova escalada

Malte Mueller/Getty Images

A vaga de aperto na política monetária acelerou em julho. Desde o início do ano, 71 bancos centrais já anunciaram subidas das taxas de juro, envolvendo 89 países, desde que o Banco Central Europeu (BCE), ao fim de onze anos, iniciou o um novo ciclo. Em sete meses, já se tomaram 228 decisões de aumento dos juros para obrigar a vergar a inflação que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que atinja uma média anual mundial de 8,3% este ano, a mais alta desde 1996.

A palavra de ordem desta organização internacional é aconselhar os bancos centrais (e os governos) a colocarem os processo de desinflação (descida da inflação) na prioridade das prioridades, custe o que custar à economia e às famílias. Em apenas sete meses duplicaram as subidas de juros face às decididas em todo o ano anterior.

O campeão é o Magyar Nemzeti Bank, o banco central da Hungria, que já subiu oito vezes este ano o custo do florim húngaro. Só em julho, aumentou a taxa duas vezes, subindo, num mês, os juros em 300 pontos-base (3 pontos percentuais) face a uma inflação perto de 12%. No entanto, o líder em subidas percentuais foi o Banco Central de la República Argentina que aumentou a taxa, de uma assentada, no final do mês, em 800 pontos-base (oito pontos percentuais).