Economia

Gazprom diminuirá fornecimento de gás à Europa na quarta-feira. Preços aceleram

A Gazprom vai voltar a apertar a torneira do gás, reduzindo o fluxo do Nord Stream 1 a partir de quarta-feira. Anúncio fez imediatamente aumentar a cotação do gás natural na Europa

Inaugurado em 2011, o Nord Stream 1 transporta anualmente 55 mil milhões de metros cúbicos de gás russo para a Alemanha, dez vezes o consumo português de gás natural
Sean Gallup/Getty Images

A empresa russa Gazprom anunciou esta segunda-feira em comunicado que a partir da manhã de quarta-feira, 27 de julho, irá reduzir o fluxo de gás natural no Nord Stream 1, o principal meio de fornecimento de gás à Europa. O fluxo ficará limitado a 33 milhões de metros cúbicos diários, metade do volume que está a ser atualmente exportado.

A Gazprom invoca uma operação de manutenção na estação de compressão de Portovaya, envolvendo equipamento da alemã Siemens. De acordo com a estatal russa, subsistem questões por resolver relacionadas com as sanções impostas pela União Europeia e pelo Reino Unido, questões essas que "são importantes para a entrega de uma turbina à Rússia e para a realização de reparações urgentes noutras turbinas na estação de compressão de Portovaya".

O analista Laurent Ruseckas, da S&P Global Commodity Insights, afirmou, citado pelo "Financial Times", que esta decisão da Gazprom corresponde ao padrão que se tem verificado ao longo dos últimos meses, que passa por "reduções contínuas dos fluxos para manter os fornecimentos apertados, complicando o armazenamento".

O anúncio da Gazprom teve uma consequência imediata no mercado de gás natural, com os contratos TTF (Title Transfer Facility, referência na Europa), que estavam a negociar em torno dos 168 euros por megawatt hora (MWh), a disparar para 177 euros por MWh.

A comunicação da Gazprom acontece na véspera de um importante Conselho da União Europeia com os ministros responsáveis pela pasta da energia, para discutir a proposta da Comissão Europeia de um corte de 15% no consumo de gás.