O ministro das Finanças, Fernando Medina, disse esta terça-feira, 12 de julho, confiar que a Comissão Europeia reveja em alta, nas previsões económicas de quinta-feira, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2022, apesar do cenário de abrandamento ao nível europeu.
“Aguardaremos por quinta-feira. Creio que o quadro geral de apontar para um cenário, ao nível europeu, de abrandamento das taxas de crescimento económico é expectável, mas também é expectável que, relativamente a Portugal em 2022, venham a rever em alta a perspetiva de crescimento”, disse Fernando Medina.
“A perspetiva que tinham no último cenário [de subida de 5,8% do PIB este ano] é uma perspetiva talvez aritmeticamente, no nosso cenário, menos provável de poder acontecer”, acrescentou o ministro das Fianças, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de uma reunião com os seus homólogos da UE.
Indicando basear esta posição numa “constatação aritmética” relativamente aos números da economia portuguesa, Fernando Medina adiantou que, mesmo que não haja adaptação, tem “confiança que os números […] que apontam para um crescimento superior a 6% sejam os números que se venham efetivamente a verificar”.
“Isso tem a ver quer com o crescimento de 2021, quer com o crescimento do primeiro trimestre de 2022 e com aquilo que nós estimamos que possa acontecer ao longo do ano de 2022”, adiantou o governante, garantindo ter “muita confiança de que a economia portuguesa cresça a um número superior à ultima previsão que a Comissão Europeia fez”.
Nas últimas previsões económicas de primavera, divulgadas em maio passado, a Comissão Europeia reviu em alta de 0,3 pontos percentuais o crescimento económico esperado para Portugal este ano, para 5,8%, apesar dos desafios externos.
A Comissão Europeia divulga na próxima quinta-feira as previsões económicas de verão, tendo já avisado estar em causa uma revisão em baixa do crescimento económico e em alta da inflação, devido aos impactos da guerra e da crise energética.
"Défice e dívida sob controlo"
Medina adiantou ainda que esta terça-feira teve lugar “uma discussão bastante prolongada e profunda” relacionada com “avaliação da situação económica em cada um dos Estados-membros e na UE”, no contexto da qual expôs a situação de Portugal, do ponto de vista do Governo.
“Tive oportunidade de transmitir que a economia portuguesa tem mostrado sinais evidentes e significativos de resiliência, que se medem nas taxas de crescimento do produto, no elevado nível de emprego e no dinamismo que estamos a sentir e a verificar em vários setores de atividade”, afirmou.
Relativamente a este dinamismo, especificou que se referia tanto a “setores como o turismo” como a outros na base industrial portuguesa, “que estão hoje a beneficiar de uma relocalização das cadeias de produção” para Portugal, “encurtando aquilo que eram cadeias muito longas e que se viram afetadas, perturbadas ou até eliminadas com a situação dupla quer da pandemia, quer da guerra”.
“Informei também que os objetivos de natureza financeira relativamente ao défice e à divida se encontram sob controlo e que temos acompanhado a par e passo todos os desenvolvimentos, toda a evolução, de forma a proteger melhor o nosso país e aproveitar as oportunidades de desenvolvimento”, completou.