Economia

Banco da Rússia volta a cortar juros

Pela terceira vez desde abril, banco central russo mexe na taxa diretora e fixa-a nos 9,5% e não exclui novas descidas este ano

Maxim Shemetov

Duas semanas depois, o banco central russo voltou a baixar a sua taxa diretora, desta vez para de 11% para 9,5%, um nível anterior à guerra da Ucrânia. O Banco da Rússia admitiu também fazer novos cortes no preço do dinheiro à medida que a inflação desacelera, após ter-se aproximado de um recorde de 20 anos. O banco central considera a conjuntura “desafiante” e que a retração da economia foi menor do que a esperada pelos economistas da instituição.

“As decisões tomadas entre abril e junho pelo Banco da Rússia vai aumentar a disponibilidade de recursos de crédito na economia e limitar a escala do declínio económico. Ao mesmo tempo, a orientação da política monetária manterá o impacto desinflacionista necessário para trazer a inflação de volta aos objetivos de 2004”, lê-se num comunicado citado pela agência russa TASS.

Quatro dias após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, o banco central russo aumentou a principal taxa diretora para 20% antes de baixá-la três vezes. Há duas semanas, o corte foi de 14% para 11% durante uma reunião extraordinária.

“O Banco da Rússia considerará a necessidade de reduzir a taxa básica de juros em suas próximas reuniões”, afirmou a instituição em comunicado.

A instituição espera agora que a taxa de inflação, fixada nos 17% a 3 de junho, atinja o objetivo de 4% em 2024. No imediato, o Banco da Rússia admite que o índice de preços no consumidor suba entre 14% a 17% este ano, contra um intervalo de 18 a 23% da anterior previsão.

A queda da atividade económica no segundo trimestre do ano acabou por ser menos acentuada do que o esperado e a contração do ano inteiro também pode ser menor do que o previsto em abril, disse o Banco da Rússia.