A decisão de Christine Lagarde de revelar num blogue a estratégia do Banco Central Europeu (BCE) até final de setembro “foi muito invulgar”, confessa, com grande estranheza, Andreas Dombret, um banqueiro alemão de carreira que foi membro da direção do Bundesbank, o banco central alemão, e que, desde início de maio, é presidente independente da consultora financeira Akinn Group, com escritórios em Hamburgo e Londres.
Dombret até concorda com as medidas até setembro antecipadas pela presidente do BCE: “É preciso, sem dúvida, acabar com as taxas negativas de remuneração dos depósitos e sair definitivamente dos programas de aquisição de ativos.” “Mas temos de ser prudentes com o ritmo de subida das taxas”, logo acrescenta na entrevista em exclusivo dada ao Expresso em Lisboa. A prudência — uma palavra que Dombret repetiu algumas vezes ao longo da entrevista — tem a ver com o horizonte de incerteza que temos pela frente. “Temos de estar muito atentos aos cenários. Temos de ser, por isso, prudentes”, sublinha o consultor alemão, que veio a Portugal, na semana passada, reunir com os responsáveis dos bancos portugueses, com o governador do Banco de Portugal e com gestores de ativos. Apesar da incerteza, Dombret acha que “Portugal e Grécia estão agora numa melhor posição para usar os seus ativos. Têm uma boa oportunidade para atrair investimento para os créditos de cobrança duvidosa ou de produtividade inferior”.
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