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Economia

Banco de Portugal preparado para guerra legal com Novo Banco

Contestação recorrente por parte do Novo Banco irrita Banco de Portugal.Supervisor acredita que Lone Star fará tudo para esgotar €3,89 mil milhões do mecanismo de capitalização

António Ramalho sai da presidência executiva do Novo Banco em agosto. Ali entrou em 2016, e lá ficou com a Lone Star
Ana baião

O Banco de Portugal (BdP) e o Fundo de Resolução (FdR) deixaram de ter dúvidas de que a Lone Star pretende esgotar a totalidade das verbas que tem disponíveis por via do acordo de venda do Novo Banco (NB) em 2017. Para essa crença, que o Expresso sabe ser transversal no supervisor e no veículo que ali funciona, contribuem, sobretudo, os dois últimos processos que foram colocados pelo NB. Um embate que acontece quando ganham força as conversas sobre a venda da entidade herdeira do BES. É cerca de €500 milhões o montante que os americanos ainda podem pedir ao fundo que integra as contas do Estado português.

Os dois processos, um deles em discussão no Tribunal da Relação de Lisboa e o outro na Câmara de Comércio Internacional, em Paris, intensificam a tensão entre FdR, com 23,44% do NB, e o Estado, com 1,56%, ambos sem capacidade para mandar relativamente ao acionista Lone Star, dono de 75%. Já houve uma difícil assembleia-geral da instituição, com oposição entre os acionistas, e agora a luta ganha peso noutras frentes, ainda que nenhuma das partes — FdR, BdP, Ministério das Finanças, NB e Lone Star — tenha aceitado prestar declarações.