Economia

Wall Street fecha em baixa mas a reduzir perdas

Depois de na quinta-feira ter vivido a sua pior prestação desde 2020, a praça nova-iorquina parecia lançada para outra sessão muito negativa, com o Nasdaq a chegar a perder 2,65%

Em Nova Iorque, o índice S&P 500 perdeu 9% e o Nasdaq, das tecnológicas, quebrou 13,3% em abril, registando o pior mês desde a crise financeira de 2008
Michael M. Santiago/Getty Images

A bolsa nova-iorquina encerrou esta sexta-feira em baixa, conseguindo, não obstante, limitar as suas perdas, graças a uma recuperação técnica, apesar de os investidores se manterem reticentes.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average perdeu 0,30% e fechou nos 32.899,37 pontos, o tecnológico em Nasdaq recuou 1,40%, para as 12.144,66 unidades, e o alargado S&P500 baixou 0,57%, para as 4.123,34.

Depois de na quinta-feira ter vivido a sua pior prestação desde 2020, a praça nova-iorquina parecia lançada para outra sessão muito negativa, com o Nasdaq a chegar a perder 2,65%.

Este índice chegou mesmo a estar abaixo dos 12 mil pontos pela primeira vez em 16 meses, a refletir uma desvalorização superior a 26% desde o seu máximo registado em novembro último.

Peter Cardillo, da Spartan Capital, tinha advertido que os índices se aproximavam, em baixa, de limites técnicos importantes e eram suscetíveis de encontrar pontos de apoio, que permitissem a sua recuperação. Foi o que aconteceu a meio da manhã.

“O mecanismo funcionou e impediu os preços de descerem mais”, considerou Karl Haeling, do banco LBBW. “Mas talvez tivesse sido melhor se tivessem voltado a descer cinco por cento”, como na véspera.

Para o analista, esta recuperação reduz a probabilidade de os investidores considerarem os níveis atuais como um limite e lançarem-se nas aquisições.

O relatório mensal sobre o emprego nos EUA, divulgado antes da sessão bolsista, não ajudou a tirar os investidores das suas reservas.

Seduzidos no início pelos 428 mil empregos criados em abril, melhor do que esperado, os investidores viram de imediato elementos menos encorajadores.

A revisão em baixa de 39 mil do número de empregos criados em março temperou o n+úmero de abril.

Por outro lado, os economistas inquietaram-se de uma ligeira redução da população ativa (relação entre pessoas empregadas ou à procura de emprego e a população em idade de trabalhar), enquanto o mercado de trabalho já está tenso.

“Não há aqui nada que possa orientar a Reserva Federal (Fed) em um sentido ou outro”, concluiu Chris Low, da FHN Financial.

No mercado obrigacionista, as taxas continuaram a sua subida, estimuladas pela perspetiva de a principal taxa diretora da Fed atingir pelo menos os três por cento até ao final do ano, um cenário a que os operadores dão uma probabilidade de 85%.

O rendimento da dívida pública dos EUA a 10 anos subiu até aos 3,14%, não longe dos 3,26% que são o máximo dos últimos 11 últimos anos.

“No fim de contas, a questão é a de saber se é possível à política monetária conduzir a inflação a um ritmo aceitável, sem provocar uma recessão no longo prazo”, considerou Karl Haeling.