Após dois anos eufóricos, com uma subida muito expressiva do número de assinantes, a Netflix entrou na fase da ressaca. E é daquelas em que se fica no sofá a reavaliar a vida, cheia de nuvens negras para o futuro mais próximo. Na terça-feira, a plataforma de 'streaming' divulgou os resultados do primeiro trimestre, anunciando que perdera 200 mil assinantes entre janeiro e março, uma novidade em mais de dez anos de contínuo crescimento.
A empresa norte-americana assegurou que esta quebra não seria um evento isolado, mas um reflexo de um conjunto de tendências que ameaçam o atual modelo de negócio da Netflix. A previsão para o segundo trimestre relativamente a assinantes era tenebrosa, antecipando perder dois milhões de subscritores nos próximos três meses. Em resumo, não se poderia estranhar que um investidor que tenha lido o relatório de uma ponta à outra ficasse assustado.
As ações responderam negativamente no pré-mercado e na abertura da sessão de quarta-feira, 20 de abril, em Nova Iorque, começou o descalabro. A Netflix perdeu numa única sessão 35,12% da sua capitalização de mercado, o equivalente a 54 mil milhões de dólares (50 mil milhões de euros) que se evaporaram.