Economia

Acionistas da Stellantis rejeitam pacote salarial de Carlos Tavares

Proposta foi rejeitada com 52% dos votos contra. Em 2021 Carlos Tavares recebeu mais de 19 milhões de euros, mais 17,6% que em 2020

Carlos Tavares, CEO da Stellantis.
Stefano Guidi/Getty Images

Os acionistas da fabricante de automóveis Stellantis rejeitaram uma proposta de pacote salarial de 19 milhões de euros para o seu presidente executivo, o português Carlos Tavares, além das remunerações propostas para outros gestores, após protestos de um investidor minoritário e alguns sindicatos franceses sobre pagamentos excessivos, escreve o "Financial Times".

De acordo com o jornal, a proposta foi rejeitada com 52% dos votos contra.

A empresa - que se formou após uma fusão entre a PSA (proprietária da Peugeot e outras marcas francesas) e da Fiat - disse que a votação, que não é vinculativa, será “tida em consideração”.

Quaisquer alterações aos pagamentos de Carlos Tavares ou outro administrador - ou cargo semelhante - serão detalhadas no relatório e contas de 2022.

Em 2021, a fabricante de automóveis atingiu lucros de 13,4 mil milhões de euros, apesar da escassez de semicondutores e de alguns confinamentos ainda sentidos no ano passado.

Nesse ano o presidente executivo recebeu mais de 19 milhões de euros, incluindo prémios em ações, um incentivo para concluir a fusão e uma componente de salário fixo de 2 milhões de euros. A remuneração aumentou 17,6% em relação a 2020.

Um relatório do investidor minoritário Stellantis Phitrust deu a entender que Carlos Tavares deveria receber perto de 66 milhões de euros em 2021, com base na sua estimativa de incentivos a longo prazo para os quais ele poderia ser elegível, um montante a que chamou "indecente". Mas a Stellantis diz que o valor é "falso" e que se baseia em objetivos até 2028 - ainda não atingidos.

Os sindicatos franceses também atacaram o salário do presidente executivo, com Christine Virassamy do CFDT (Confederação Francesa Democrática do Trabalho) a apelar aos políticos para "tomarem medidas" para limitar os salários dos executivos.