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Economia

Inflação. Expectativas estão “ancoradas” em baixa

Famílias e empresas tomam decisões com base nas expectativas de inflação para o futuro, que continuam moderadas, dizem os especialistas

Foto: Getty Images

Quem viveu a inflação a dois dígitos no Portugal nos anos 80, chegando a ultrapassar os 20%, nunca mais a esqueceu. Mas, ao fim de largos anos com inflação muito baixa, ou mesmo negativa, a lembrança está provavelmente arrumada num pequeno canto do cérebro. E as gerações mais novas não sabem o que isso é. Agora, a ameaça da inflação voltou. Como afetará o comportamento dos agentes económicos? A resposta depende das suas expectativas de inflação para o futuro. E, pelo menos para já, elas continuam “ancoradas” em níveis moderados, dizem os especialistas em economia comportamental.

“Famílias e empresas tomam decisões com base nas suas expectativas de inflação”, destaca Joana Pais, economista e professora do ISEG. E exemplifica: “Se se espera um aumento significativo de preços, acompanhado pela diminuição da taxa de juro real, é racional que as famílias aumentem o consumo, sacrificando a poupança, alterem os padrões de consumo e exijam salários mais elevados. Quanto às empresas, é natural que ajustem as suas políticas de preços (cobrando preços mais altos), bem como alterem decisões de investimento e de contratação de colaboradores”. Mas “tudo depende das expectativas e há muito que não sabemos sobre a forma como fazemos esses julgamentos”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.