Ainda se lembra do tempo em que ter bancos em pele no novo carro era sinónimo de conforto, modernidade e luxo? Pois bem, esse tempo pode estar a chegar ao fim.
Algumas marcas de automóveis – da Europa à Ásia - consideram que é politicamente incorreto e ambientalmente insustentável continuar a utilizar materiais de origem animal no revestimento dos interiores dos carros que fabricam e, esta semana, foi a vez de a Volvo dar mais um passo em frente nessa direção.
Aquela empresa sueca, que há poucos meses tinha anunciado o abandono da pele animal nos componentes dos seus automóveis, está agora a explorar ativamente a utilização de compósitos de fibra natural na sua próxima geração de carros puramente elétricos, uma medida extensível à sua participada estratégica, a Polestar, que só produz veículos elétricos.
Em comunicado agora divulgado, a construtora sueca revela que através do Volvo Cars Tech Fund - um fundo de investimento da marca vocacionado para startups e novas tendências - acaba de fazer uma parceria com a empresa suíça Bcomp, que desenvolve materiais leves de alto desempenho com base em fibras naturais. Estes materiais incorporaram já o mais recente protótipo da Volvo, o Concept Recharge.
Os cálculos da Bcomp mostram que, quando comparados com as peças de plástico normais, os compósitos à base de fibras naturais são até 50% mais leves, utilizam até 70% menos plástico e geram até 62% menos emissões de CO2.
No interior do Concept Recharge, a Volvo Cars utilizou um composto de linho nas áreas de armazenamento inferior, na parte de trás do apoio de cabeça e no apoio para os pés. No exterior, os pára-choques dianteiro e traseiro, bem como os moldes da soleira da porta, consistem em compósitos de linho.
Alexander Petrofski, responsável pelo Volvo Cars Tech Fund, faz questão de sublinhar que "este investimento é mais um exemplo do nosso compromisso com a sustentabilidade e foco estratégico na redução da nossa pegada de carbono”.
A empresa pretende comercializar apenas automóveis puramente elétricos a partir de 2030 e deseja ser ambientalmente neutra a partir de 2040.