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Economia

Guerra baralha contas dos bancos no ano em que ‘bazuca’ do BCE chega ao fim

Duração e dimensão do conflito podem motivar incumprimentos de clientes à banca, que se diz preparada para mudanças na política monetária

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Os bancos acreditam que estão preparados para enfrentar o fim das medidas de alívio do Banco Central Europeu (BCE) e a subida da inflação — aconteça quando acontecer. Mas o cenário de guerra, com a invasão da Ucrânia pela Rússia, traz efeitos indiretos que Portugal já está a sentir. Havendo uma grande disrupção, os bancos admitem mais incumprimentos por parte das famílias e empresas, ainda que, por agora, não se antecipem grandes sustos.

O grau de incerteza quanto à guerra, a sua dimensão e duração, é grande. A presidente do BCE, Christine Lagarde, para isso alertou há dias: “As repercussões da guerra na economia vão depender de como o conflito evoluir, do impacto que as atuais sanções vão ter, bem como de outras medidas adicionais.” E esse é um medo de quem está no mercado, como de agências de rating, que avaliam o risco das dívidas (a canadiana DBRS ainda esta semana alertou para o agravamento do risco operacional para o sector bancário europeu), ou de economistas. Sobretudo quando conjugado com o que Frankfurt vai fazer.