A venda do grupo privado de saúde Lusíadas está na fase de análise das melhores propostas e os portugueses Trofa, CUF e Luz terão sido afastados da corrida, permanecendo os interessados de nacionalidade espanhola, um grupo francês e, muito provavelmente a seguradora Ageas Portugal, que integra a Medis, soube o Expresso.
No total estarão em cima da mesa à volta de quatro propostas, com os espanhóis e franceses empenhados em fazer negócio com a norte-americana United Healthcare, dona do Grupo Lusíadas desde 2013.
Fontes do mercado concluem que a alienação será feita por um valor inflacionado, dadas as condições atuais de existência de liquidez e de falta de ativos interessantes onde investir.
A operação da Lusíadas Saúde estará avaliada em torno dos €200 milhões e o negócio de venda está a ser assessorado pelo Bank of America, em Madrid, que, contactado na semana passada pelo Expresso, declarou não fazer comentários sobre o assunto.
Recorde-se que a Lusíadas Saúde resultou da HPP — Hospitais Privados de Portugal, fundada em 1998 pela Caixa Geral de Depósitos, que foi vendida à brasileira Amil, companhia depois comprada pela United, agora de saída de Portugal. O Grupo Lusíadas tem cinco hospitais, nomeadamente a unidade de Lisboa, que é a mais emblemática, cinco clínicas e assegura a gestão da única parceria público-privada do sector da saúde ainda em vigor no país, o Hospital de Cascais, cuja concessão está em concurso público.
Ao Expresso foi também dada a indicação de que o gigante americano da saúde privada quer fazer a operação com rapidez, até 30 de julho. Aliás, a United Healthcare está igualmente a desinvestir no Brasil, com a venda da Amil, comprada há uma década. Segundo a imprensa brasileira, a empresa ficou para trás face a concorrência devido a um conjunto de fatores, como a insistência num modelo de gestão importado e a centralização de decisões fora do país.