A fuga dos ativos de risco, como as ações, está em curso desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia começou a 24 de fevereiro. Esta segunda-feira, dia 7 de março, as bolsas europeias abriram em forte baixa perante a possibilidade de as economias ocidentais poderem vir a ser privadas do petróleo e do gás russos nos próximos tempos, se às sanções em vigor for acrescentada a proibição de compra dessas matérias-primas a Moscovo.
Não é de admirar, portanto, que os investidores estejam a desfazer-se de ativos considerados como mais arriscados e a comprar reservas de valor como ouro e prata para se protegerem das atuais correções nos preços.
A onça de ouro no mercado à vista cotava, na manhã desta segunda-feira, nos 1.998 dólares, tendo já ultrapassado os 2 mil dólares durante o início do dia, e aproximando-se do recorde de 2.070 dólares alcançado em agosto de 2020, de acordo com a página especializada Kitco. A onça de prata negociava, por sua vez, nos 25,91 dólares, em máximos de sete meses.
Entretanto, outros metais preciosos utilizados em grande escala em diversas indústrias, estão a valorizar-se de forma muito pronunciada, já que a Rússia é um dos principais exportadores destas matérias-primas.
Segundo a “Reuters”, o paládio, metal nobre em grande parte extraído como subproduto da platina e do níquel, disparou para um novo máximo de sempre, cotando nos 3.406 dólares por onça. No total, 39% da produção mundial de paládio, essencial na produção de conversores catalíticos, que convertem, na indústria automóvel, gases nocivos à atmosfera em emissões inofensivas, é assegurada pela empresa russa MMC Norlisk Nickel.
E os futuros de níquel, usado na produção de aço inoxidável e de baterias recarregáveis, ultrapassavam os 29.600 dólares por tonelada, disparando 21% desde o início da invasão russa da Ucrânia. A Rússia é a terceira maior produtora do mundo deste metal, de acordo com a “Reuters”.