A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirma que a instituição não deverá subir a taxa de juro diretora para já. Antes disso a ação centra-se na redução dos programas de compra de ativos. E vão ainda haver três condições que têm de se verificar para que o banco avance com mexidas, funcionando como salvaguardas.
“Qualquer ajuste na nossa política seria gradual”, reconfortou a mesma, depois de ter avançado que existirão três condições que terão de ser satisfeitas antes de o conselho do BCE se sinta “confiante o suficiente de que uma mudança na taxa é apropriada”. Condições estas que são descritas por Lagarde como “salvaguardas de uma subida prematura nas taxas de juro”, num discurso perante o Parlamento Europeu, esta segunda-feira.
A ação do banco central está sobretudo dependente da taxa de inflação, que se quer nos 2% no médio prazo, que assim perdure e que as previsões sejam suportadas por dados “fortes”. Para já, o BCE espera que a inflação retorne aos 2% em 2023 e se mantenha próxima desta fasquia a partir daí. Para já, a presidente reconhece que a inflação está pressionada no sentido ascendente, especialmente no curto-prazo.
Os maiores riscos no que toca à inflação decorrem da pressão do lado da oferta e dos preços da energia. “Iremos examinar cuidadosamente como os preços mais elevados da energia vão afetar a economia”, disse, apontando que estes têm efeito nos custos de produção e nas finanças das famílias e das empresas.
A inflação na zona euro em janeiro atingiu um recorde de 5,1%, um máximo desde a fundação do Banco Central Europeu (BCE) em 1998, o que fez a instituição declarar “uma preocupação unânime” com a escalada, que apontou no passado dia 3 de fevereiro como surpreendente.
Ainda assim, o BCE não quis precipitar mudanças na sua estratégia, deslocando as atenções para a reunião de março, altura em que o banco central vai rever as suas projeções macroeconómicas.