Economia

Marcelo diz que o aeroporto deve ser uma prioridade a seguir às eleições: “É medíocre continuar a adiar o que tem de ser decidido”

"Já disse que era inconcebível eu chegar ao fim do segundo mandato sem uma definição sobre o aeroporto. Esta é uma situação que nos preocupa", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa no encerramento do congresso da AHP

Marcelo Rebelo de Sousa
TIAGO PETINGA/LUSA

A acessibilidade aérea é "o problema crucial" que o turismo português enfrenta nesta fase de retoma, e tem de haver um consenso rápido sobre o novo aeroporto em Lisboa logo a seguir às eleições - enfatizou Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, no congresso "O Turismo tem Futuro" que terminou esta sexta-feira em Albufeira, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

"Já disse que era inconcebível eu chegar ao fim do segundo mandato sem uma definição sobre o aeroporto. Esta é uma situação que nos preocupa", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa no congresso de turismo.

"Só espero é que independentemente das escolhas eleitorais que os portugueses venham a fazer, seja possível que haja um consenso nacional nesta matéria", frisou o Presidente da República, defendendo que sobre uma matéria tão crucial para o país "não é possível um Governo dizer uma coisa, e vir outro a seguir dizer outra".

Marcelo apelou à urgência de uma tomada de decisão sobre o novo aeroporto por parte do próximo Governo.

"Qualquer decisão, por má que seja, é melhor que uma não decisão. O que certamente é medíocre é adiar-se o que tem de ser decidido."

A necessidade urgente sobre um novo aeroporto em Lisboa, num momento em que o turismo português começa a recuperar rapidamente da paralisação gerada pela pandemia, e a Portela ameaça novamente ficar sem capacidade suficiente, foi um dos temas mais debatidos no congresso da AHP em Albufeira. O hoteleiro Jorge Rebelo de Almeida comparou mesmo o projeto - que se arrasta desde há três governos - às "obras de Santa Engrácia", e acrescentou: "se o ridículo matasse, já estaríamos todos mortos por causa disso".

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que acompanhou "de perto" os trabalhos do congresso da AHP, destacando também o problema grave de falta de mão-de-obra que o sector vive nesta fase de recuperação, e que o capital humano deve representar "uma aposta nacional, a componente humana presencial no turismo é insubstituível".

No final do congresso da hotelaria, o Presidente da República deixou a garantia de que vai "acompanhar a par e passo as dificuldades do turismo".