Economia

Novo aeroporto não ficará pronto tão cedo: "o mais urgente é aumentar a capacidade da Portela tirando de lá a base militar", defende Easyjet

ANA adverte que o aeroporto da Portela irá ficar sem capacidade em 2023 face à recuperação dos fluxos turísticos que se está a verificar

Aeroporto de Lisboa
MÁRIO CRUZ/LUSA

É "urgente" avançar com num novo aeroporto em Lisboa num momento em que os fluxos turísticos estão a recuperar da crise aberta com a covid-19, mas no imediato a prioridade deverá estar na expansão da Portela - defenderam as companhias aéreas no congresso "O Turismo tem Futuro " que decorre em Albufeira, promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

"É preciso ter consciência que essa solução não vai ser implementada täo cedo, e não o podemos esperar até 2025 ou mesmo 2028. Até lá estamos a perder oportunidades em Lisboa, e o mais urgente de momento é o crescimento da Portela", frisou José Lopes, diretor da Easyjet para Portugal.

"Podemos aumentar já a capacidade da Portela tirando de lá a base militar", propôs o responsável da Easyjet, salientando: "temos imensas restrições por causa das bases militares que existem à volta do aeroporto de Lisboa e não podemos continuar a ter à volta de Lisboa quase mais bases militares que aviões comerciais".

Retirar a base militar da Portela "traz no imediato enormes ganhos de eficiência ao aeroporto, mais do que tirar de lá a manutenção da TAP", considerou o diretor da Easyjet. "Não podemos pôr em causa um projeto tão importante para a economia nacional, a recuperação do turismo, para termos uma base aérea na Portela", frisou.

A CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, descartou no congresso da AHP a possibilidade de retirar a área de manutenção do aeroporto, tendo em conta que esta operação é crucial para as rotas no 'hub' de Lisboa.

ANA disponível para investir na expansão da Portela

Com os níveis de recuperação de fluxos que se estão a verificar, a Portela não será suficiente e "vamos precisar de mais capacidade em Lisboa a partir de 2023", advertiu o CEO da ANA Aeroportos, Thierry Ligonnière. "Era urgente fazer um novo aeroporto, o tempo que o país está a perder é dinheiro, e muito dinheiro, nos próximos três a quatro anos são centenas de milhões de euros perdidos para a economia nacional ", sublinhou Thierry Ligonnière, lembrando que o projeto do aeroporto "já passou por três governos, e o país precisa muito desta capacidade".

Segundo o CEO da ANA, quanto à expansão do atual aeroporto "a primeira coisa a fazer é saber qual é a sua capacidade real, e tem havido muitas vozes a dizer que não se pode pôr lá nem mais um avião". A ANA afirma-se disponível a investir na expansão da Portela, mas precisa de ter certezas se o aeroporto irá continuar.

Portugal está a evidenciar rápidos ritmos de retoma de procura turística externa face a outros países na sequência da pandemia, também pelo sucesso das campanhas de vacinação. "Vamos conseguir estar pelo menos um ano à frente do resto da Europa na recuperação da procura de turistas", adianta o responsável da Easyjet a nível nacional.