Economia

Galp deverá anunciar parceria para o lítio nas próximas semanas

O presidente executivo da empresa, Andy Brown, vê no lítio uma oportunidade "gigante" para a Galp e para Portugal, segundo afirmou esta terça-feira na Web Summit

Andy Brown, o presidente executivo da Galp
Nuno Botelho

O CEO (presidente executivo) da Galp, Andy Brown, assegurou na Web Summit que vai avançar com novas parcerias no âmbito da indústria do lítio dentro de poucas semanas.

Andy Brown fez estas declarações na sessão intitulada com a questão "O setor energético pode tornar-se neutro em carbono?", que decorreu num dos palcos secundários da Web Summit, esta terça-feira.

Confrontado com a questão "já anunciou algumas parcerias na cadeia de abastecimento?", o CEO da Galp respondeu que "ainda não". "Mas dentro de algumas semanas poderá ouvir-se algo", afirmou. Isto, depois de ter dito que estaria a trabalhar numa forma de trazer esta indústria para Portugal.

Para Andy Brown, Portugal tem no lítio "uma gigante oportunidade", já que não há mineração nem refinação de lítio na Europa, mas a procura por baterias deverá aumentar 10 vezes entre os dias de hoje e 2050. Portugal está particularmente bem posicionado, sublinha o CEO da Galp, pois "é o número um" neste recurso na Europa, e o oitavo em todo o mundo.

Durante a sessão, o líder da Galp reafirmou o empenho da empresa na transição energética, que disse estar presente na estratégia e que, apesar de aparentemente os novos planos terem "desapontado" os mercados, tem o apoio dos acionistas, um em particular, o qual não nomeou.

Sobre a aparente incompatibilidade entre o negócio, ainda ativo, do petróleo e gás, com a transição energética, Andy Brown defende que, embora se tenha de acelerar o investimento em renováveis - algo que também procura na Galp -, "isso não significa que se possa desligar simplesmente o petróleo e gás".

Sobre o caminho da transição, afirmou que "a energia limpa precisa de apoios" e que requer "trabalho de equipa" com governos e reguladores, sendo que os fundos de recuperação da pandemia, defende, seriam úteis nesta frente.

"Estamos a investir muito dinheiro na crença de que o sistema vai mudar", aponta, referindo que não existem, por exemplo, clientes para o hidrogénio verde nos dias de hoje.