Economia

Portugal vai defender em Bruxelas vantagens da aquisição conjunta de combustíveis - funcionou nas vacinas, diz Costa

“Pode provar ser uma boa ideia”, considera o primeiro-ministro

NUNO VEIGA/LUSA

Portugal vai defender em Bruxelas, na reunião desta quinta e sexta-feira do Conselho Europeu, o estudo da possibilidade e das vantagens da aquisição conjunta de combustível no espaço dos 27, afirmou esta quarta-feira o primeiro-ministro português

No final do debate parlamentar preparatório sobre o Conselho Europeu, que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa, António Costa lembrou que o modelo "funcionou bem" na questão das vacinas contra a covid-19 e que, por isso, deve ser estudado, sendo este um dos temas que centra a reunião de Bruxelas.

"Portugal defenderá que seja estudada a possibilidade e as vantagens da aquisição conjunta de combustível. Provou bem nas vacinas. Pode provar ser uma boa ideia. Mas, além da compra conjunta, há algo que absolutamente fundamental fazer: é completar o mercado interno, que está neste momento fragmentado", afirmou.

Para Costa, a fragmentação do mercado interno europeu significa "resolver o problema das interligações" entre Portugal e Espanha, entre a Península Ibérica e o conjunto da UE e, dentro do conjunto da UE, o seu próprio conjunto.

"E há também a ligação de Portugal a países terceiros. Podemos ser uma porta de entrada para energia limpa ou de energia de transição limpa vinda de terceiros países", acrescentou ao responder a questões de Duarte Marques (PSD), Pedro Filipe Soares (BE), João Oliveira (PCP), João Almeida (CDS), Nelson Silva (PAN), José Luís Ferreira (Verdes), André Ventura (Chega) e João Cotrim de Figueiredo (IL).

Afirmando-se de acordo com o deputado da Iniciativa Liberal (IL), Costa defendeu que a Europa tem de diversificar as suas fontes de energia, "pois não pode estar dependente da Rússia, da Turquia, da Argélia", destacando a importância da renovação e ampliação do porto de Sines.

"O porto de Sines é fundamental para podermos dar uma nova porta de segurança à Europa. É fundamental a interligação com Marrocos. Se conseguirmos produzir energia renovável de origem solar a menor custo, Marrocos, por maioria de razão, conseguirá, e, por nossa via, poderá abastecer e contribuir decisivamente para a Europa. É uma nova porta de cooperação com África que podemos e devemos desenvolver para termos segurança em matéria energética", sustentou.