Uma denunciante acusou o Facebook de colocar o “lucro acima da segurança” e que engana quer o público, quer os investidores. Frances Haugen, uma antiga gestora de produtos da rede social, desmascarou-se a si própria como a denunciante que divulgou um grande número de documentos internos da empresa ao "Wall Street Journal" e fez novas acusações em entrevista ao programa de notícias "60 Minutes" da CBS.

Na entrevista, Frances Haugen revelou que a empresa de Mark Zuckerberg engana o público e investidores ao exagerar no progresso que foi feito para combater a desinformação e violência que acontecem na plataforma.

"Havia conflitos de interesse entre o que era bom para o público e o que era bom para o Facebook", disse, acrescentando que a rede social "repetidamente, escolheu otimizar os seus interesses, como ganhar mais dinheiro".

Um dos exemplos dados prende-se com as eleições americanas de 2020, que culimaram com a invasão do Capitólio em janeiro. Segundo a denunciante, o Facebook desfez cedo demais a sua equipa responsável por proteger o processo democrático e combater a desinformação. E nesse momento pensou: "Não acredito que eles estejam realmente dispostos a investir o que é preciso ser investido para evitar que o Facebook seja perigoso."

Depois do programa ir para o ar, Lena Pietsch, diretora de comunicação política do Facebook, disse, segundo o "Financial Times", que a empresa está disposta "a responder a quaisquer perguntas que os reguladores possam ter".

Além do mais, defendeu-se, dizendo que para a empresa proteger a comunidade "é mais importante do que maximizar os lucros" e que prova disso são as "40 mil pessoas que trabalham em segurança e proteção no Facebook e o investimento [nesta área] de 13 mil milhões de dólares desde 2016".