O Banco de Portugal, na época de Carlos Costa, é uma das entidades mais criticadas na versão preliminar do relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco, em particular antes da venda à Lone Star. Correu sempre atrás do prejuízo, segundo o deputado do PS Fernando Anastácio. Já Mário Centeno, o atual governador, ministro das Finanças aquando da alienação do banco, é poupado, bem como as entidades estatais merecem reduzidos reparos na forma como lidam com o mecanismo que levou à injeção de dinheiros do Fundo de Resolução no banco. A culpa vem de fora: Comissão Europeia, BCE e devedores. Ainda que a gestão do banco e a Lone Star não escapem. Mudanças podem vir na próxima semana, com as propostas de alteração.
A atuação do Banco de Portugal (BdP) liderado por Carlos Costa é a mais atingida. Não teve capacidade para afastar o líder do BES a tempo, não evitou a exposição do então BES ao BES Angola, hoje Banco Económico, tardou em apertar e exigir uma maior separação entre a área financeira e a não financeira, entre outras situações. Há na parte inicial do relatório uma breve referência à tolerância do supervisor para com o BES desde 2005, no tempo de governação de Vítor Constâncio. É em 2005 que o BdP, comandado por Constâncio, ex-secretário-geral do PS, conhece e tolera a ultrapassagem dos limites a grandes riscos. Deveria “ter convocado o BdP para estar mais atento”, lê-se no relatório de Fernando Anastácio.