Economia

Robinhood, uma das protagonistas da louca história da GameStop, vai entrar em bolsa

A empresa norte-americana de negociação em bolsa aponta para uma avaliação de 30 mil milhões de euros na sua oferta pública inicial

Anadolu Agency/Getty Images

A Robinhood, plataforma de negociação em bolsa que inovou ao eliminar as comissões de corretagem, e uma das protagonistas do fenómeno GameStop do passado mês de Janeiro, aponta para uma avaliação de 35 mil milhões de dólares, ou 30 mil milhões de euros, na sua oferta pública inicial.

A Robinhood irá dispersar 55 milhões de ações em bolsa com valores entre os 38 dólares e os 42 dólares (32 a 35 euros, ao câmbio atual), avançou a Bloomberg esta segunda-feira, citando informação avançada pela empresa ao regulador norte-americano.

A oferta pública inicial, já nos planos da Robinhood pelo menos desde janeiro, tem como objetivo um encaixe de 2 mil milhões de dólares, ou 1,7 mil milhões de euros.

sta empresa fundada em 2015 e que contava com mais de 13 milhões de clientes em 2020 foi o veículo para que os intervenientes do fórum "r/wallstreetbets" do agregador de conteúdos Reddit conseguissem transformar a até aí pacata ação da GameStop - que negociava com volumes de transação médios na ordem dos 3 milhões - numa montanha-russa que fez o valor dessa cotada disparar mais de 1600% no fecho do mês de janeiro.

O grupo de investidores reunido nesse fórum, com o objetivo de adquirir em massa ações que estivessem a ser alvo de ataques de investidores com posições "curtas" (isto é, a apostar na queda do preço dessas ações), escolheu a GameStop como alvo.

Outras empresas atacadas foram a Nokia, a AMC Entertainment (cadeia de cinemas), a Blackberry e a American Airlines. E muito disto através da Robinhood, que possibilitava a milhões fazerem-no sem intermediários e sem o pagamento de comissões.

A empresa - que, no fim de contas, é uma intermediária no mercado bolsista - acabou por se transformar na bête noire dos 6,5 milhões de membros do fórum "r/wallstreetbets" depois de intervir para proibir posições curtas e aumentando os requisitos de margem, isto é, limitando a alavancagem máxima que os traders poderiam ter na compra de títulos.

Tal provocou, além do descontentamento de quem usava a plataforma, escrutínio adicional por parte de políticos, que deploraram a dualidade de critérios ao impedir pequenos investidores de negociar quando grandes entidades podiam fazê-lo sem problema.