Economia

CEO do Novo Banco: Nenhuma “auditoria, exame ou averiguação” detetou “quebra legal ou ética”

Presidente executivo defende que o Novo Banco é o mais escrutinado do sistema português

TIAGO MIRANDA

O Novo Banco é o mais escrutinado de todo o país e todos os exames pelos quais tem passado não mostraram qualquer falta de profissionalismo, nem mesmo falha legal ou ética, de acordo com a defesa feita por António Ramalho na audição desta quarta-feira, 19 de maio, da comissão de inquérito às perdas da instituição financeira que têm sido imputadas ao Fundo de Resolução.

“O resultado evidente de todas estas auditoria tem sido a deteção de não conformidades procedimentais, que serve para o banco melhorar, mas em nenhuma destas múltiplas auditoras, exames, averiguações, se colocou em causa o profissionalismo, nem se verificou qualquer quebra legal e ética”, declarou o presidente do conselho de administração executivo na iniciativa parlamentar, onde voltou a defender que o banco é o “mais escrutinado” do sistema português.

“Nunca um banco em Portugal foi tão escrutinado como o Novo Banco”, é uma frase que muito tem repetido, e que voltou a dizer esta quarta-feira - lembrando que enviou mais de um milhão de páginas para a comissão parlamentar de inquérito.

Depois de audições em que Carlos Costa e Mário Centeno foram contabilizadas o número de audições jque á tiveram no Parlamento sobre a banca (50 e 100, respetivamente), António Ramalho calculou há quantos dias está na presidência do Novo Banco: 1730 dias. “Era 22 de agosto [de 2016] quando iniciei esta função, era um banco de transição”, lembrou, referindo-se ao rácio de crédito malparado “quase impossível” que tinha para enfrentar no banco, que era de um terço da carteira de crédito.

Nessa altura, Ramalho entrou num banco de transição, tinha passado pela retransmissão de dívida sénior (que tirou responsabilidades sobre 2 mil milhões) que “destruía a sua credibilidade internacional”, e encontrava-se “em pleno segundo processo de venda com inegável falta de interessados”.

Ramalho entrou para o Novo Banco a convite do Banco de Portugal sobre proposta do Fundo de Resolução, tendo depois permanecido no banco mesmo com a Lone Star como nova acionista maioritária, em 2017, tendo já sido reconduzido pelo grupo americano.