Perante “a crise mais profunda de que há memória, é urgente salvar o maior número de empresas, travar a escalada do desemprego e a destruição da capacidade produtiva nacional”, e , ao mesmo tempo aproveitar o PRR e os novos fundos comunitários, as cinco confederações decidiram criar o Conselho Nacional das Confederações Patronais CNCP). Foi desta forma que Eduardo Oliveira e Sousa, líder da Confederação dos Agricultores de Portugal, e primeiro porta-voz da CNCP começou por apresentar esta terça-feira a nova plataforma patronal.
O conselho apenas formaliza algumas posições que têm vindo a ser tomadas informalmente em sede de Concertação Social, entre outros fóruns, e põe todas as confederações em pé de igualdade. Daí que a função de porta-voz seja rotativa a cada três meses, sendo Oliveira e Sousa substituído em meados de agosto por João Vieira Lopes, líder da Confederação de Comércio e Serviços (CCP). Sucessivamente, será a vez da Confederação Empresarial de Portugal, da Confederação da Construção e Imobiliário, sendo a confederação do Turismo a fechar o ciclo.
Para a CNCP, é preciso contrariar o “crescimento dececionante de 0,7% em média nos últimos 20 anos, muito à custa do aumento da dívida” e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento e crescimento da economia, acrescentou o porta-voz em conferência de imprensa. Um objetivo que exige a coesão das empresas, das suas estruturas e dos seus representantes”, acrescentou.
Para já não se espera nenhuma tomada de posição pública do CNCP, mantendo as confederações toda a sua autonomia. Porém, nos temas em que exista um consenso transversal, como em legislação laboral, fiscalidade entre outros, caberá ao Conselho dar corpo a essas posições. “Progressivamente haverá mais consenso entre os membros”, acrescentou João Vieira Lopes, líder da CCP.
“Um aspeto comum a todos os parceiros, não só patrões, mas também aos sindicatos, é a necessidade qualificação dos Recursos Humanos”, exemplificou António Saraiva. O líder da CEP lembrou ainda que além dos fundos do PRR e dos 32 mil milhões de euros do próximo quadro comunitário, há ainda verbas do PNI 2020 que ainda estão por utilizar. Todos esses fundos “devem ser alocados de acordo com a estratégia de recuperação que propomos”, afirmou. Uma estratégia que coloca as empresas como motor de desenvolvimento, visa o aumento da produtividade e que requer leis e regulamentos estáveis, “claramente elaboradas por agentes sem uma estratégia particular”, acrescentou.
As cinco confederações dizem-se disponíveis para trabalhar em “estreita ligação com o Governo” para assegurar a reorientação do modelo de crescimento e de desenvolvimento económico e social com vista à recuperação nacional pós-pandemia