Sempre igual a ele próprio, Pedro Ferraz da Costa, 74 anos, empresário, ex-presidente da CIP e atual presidente do Fórum para a Competitividade, não desiste de explicar ao país, aos governantes, aos políticos, aos portugueses, o que é preciso fazer, e como, para sair da cepa torta. Sem pestanejar, diz o mesmo há décadas, com um sorriso oblíquo e uma infinita paciência. Sucede, porém, que vale a pena ouvir, coisa que vai sendo rara. Desta vez, usando da mesma convicção e da mesma lucidez, também diz. Haverá melhores ouvidos?
Como olha o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)?
Como sou otimista, espero pelo dia em que aproveitemos a oportunidade de pegar num papel e resolver algumas coisas de alto a baixo. Há 48 anos que esperamos. Numa primeira fase, o Plano foi uma deceção: um conjunto vago de ideias soltas, sem visão estratégica para o país. O facto de o engenheiro Costa Silva ter trabalhado num gabinete do Ministério do Ambiente facilitou-lhe o referir várias ideias muito estimadas daqueles técnicos, algumas mesmo surpreendentes…