O Governo não prevê, para já, o incumprimento no pagamento aos obrigacionistas da TAP, mas o ministro das Finanças não afasta totalmente essa possibilidade. Em causa está um montante de €725 milhões de obrigações da companhia. “Até agora, não está previsto (um incumprimento total ou parcial), mas é uma discussão que temos de ter com a Comissão Europeia”, afirmou João Leão, em entrevista à Reuters. Portugal, diz o ministro, está confiante que Bruxelas aprovará o plano de resgate da TAP e que a luz verde chegará até ao final de março. “A principal preocupação do plano é tornar a empresa sustentável”, sublinhou. Nesse sentido, o ministro reconheceu que uma parceria poderia “ser interessante“ e poderia “ajudar a TAP a garantir que se torna competitiva e lucrativa”. A alemã Lufthansa estudou uma entrada no capital da TAP antes da crise provocada pela pandemia. E o Estado português mantém o interesse numa parceria com a Lufthansa, conforme noticiou o Expresso, e já o fez saber junto de Bruxelas.
O ministro defendeu ainda que a economia portuguesa tem-se comportado “um pouco melhor do que o esperado”. E que para isso contribuiu de forma relevante a resiliência das receitas de impostos sobre o rendimento e do emprego. Leão sublinhou que o Governo estima que a economia venha a crescer 5,4% este ano, acima dos 3,9% previstos pelo banco central, depois da queda de 8,5% em 2020, o pior desempenho em cerca de um século. Defendeu ainda que a Comissão Europeia deve manter as regras orçamentais flexíveis em vigor até 2022.
Sobre o Novo Banco, o ministro deixou claro que Portugal irá cumprir todos os compromissos relacionados com o Novo Banco, apesar de os partidos da oposição terem bloqueado uma injeção de €476 milhões no seu capital este ano. A solução vai ser tomada até maio. Qual? O Governo ainda está a avaliar.