O final de 2020 ficou marcado por mexidas relevantes no mundo dos media e 2021 parece dar continuidade à reorganização do sector. No início da semana, o grupo Impresa — proprietário do Expresso e da SIC — anunciou que vai vender as suas participações na agência Lusa (22,35%) e na distribuidora de publicações Vasp (33,33%). O comprador é a Páginas Civilizadas, empresa do grupo Bel, propriedade do empresário Marco Galinha e que no ano passado assumiu o controlo da Global Media, detentora de meios de comunicação social como o “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias” e TSF.
O negócio não está isento de dúvidas no que diz respeito à Lusa. É que a Global Media já é acionista da Lusa, com 23,36% e a saída da Impresa poderá ser vista como uma redução do pluralismo e da diversidade na agência noticiosa. Foi pelo menos isso que ficou expresso na posição deixada por Mário Mesquita, vice-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que classificou a situação de “muito grave”, em declarações prestadas na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação na terça-feira, um dia após ser conhecido o negócio.