Espanha antecipou-se a Portugal e colocou esta quinta-feira dívida a 10 anos pagando, pela primeira vez, uma taxa negativa.
Este mínimo histórico em emissões de dívida espanhola a 10 anos registou-se a menos de 2 horas do anúncio pelo Banco Central Europeu das decisões sobre a 'recalibragem' da 'bazuca' de estímulos.
O Tesouro espanhol emitiu €921 milhões em obrigações a vencer em 2030 tendo pago uma taxa média de -0,027%, muito abaixo dos 0,224% que pagou no anterior leilão.
A procura foi elevada, tendo sido 3 vezes superior ao montante colocado.
Os investidores compraram os títulos muito acima do par, a 112,786%.
A antecipação espanhola, no último leilão obrigacionista deste ano, deve-se ao facto da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) não ter anunciado ainda nenhum leilão de obrigações portuguesas para dezembro.
Segundo as regras seguidas pelo IGCP, o Tesouro português podia ter realizado um leilão obrigacionista a 9 de dezembro. Agora, só o poderá anunciar para 23 de dezembro.
O custo de financiamento das novas emissões de dívida espanhola baixou para 0,18% (inferior ao português, que se situa em 0,6%) e o juro implícito relativo ao stock de dívida espanhola caiu para 1,86% (inferior a 2,15% estimado para o final de ano no caso da dívida portuguesa).