A fabricante de veículos elétricos Tesla vai chegar a um dos principais índices bolsistas mundiais, o S&P 500. Mas já se sabe que – e como o seu presidente, Elon Musk, gosta – haverá duas grandes diferenças em relação a outras estreias em índices.
O anúncio foi deixado num comunicado no site da S&P Dow Jones Indices: “A Tesla vai ser acrescentada ao S&P 500 antes da abertura da negociação da segunda-feira, 21 de dezembro, para coincidir com a revisão trimestral que acontece em dezembro”.
Segundo noticiado, e tendo em conta o valor de mercado da Tesla, ficará mesmo entre as principais cotadas do S&P500, ao lado da Berkshire Hathaway, Johnson & Johnson e Procter & Gamble, como frisa a agência Bloomberg. Aliás, o FT refere que o peso da Tesla poderá mesmo tirar o JP Morgan da lista das dez maiores empresas do índice.
A empresa valia 387 mil milhões de dólares no fecho de segunda-feira (ao câmbio atual, cerca de 327 mil milhões de euros) – para se ter ideia da ordem de grandeza, quando Portugal pediu ajuda externa em 2011, foi-lhe desenhado um financiamento pela troika de 78 mil milhões de euros. Nunca se deu a inclusão de uma empresa de tão grande dimensão no índice, sublinha a imprensa especializada.
A notícia animou a empresa que, no mercado fora de horas (já após o fecho da negociação regular), as ações subiram mais de 13%. Ainda assim, a sua integração não era algo assim tão inesperado. Em setembro, a Tesla tinha sofrido a desilusão porque havia a expectativa desta inclusão (afinal, já cumpria os requisitos, como o facto de já não apresentar prejuízos há quatro trimestres), que acabou por não acontecer.
Agora, a entrada dá-se em dezembro, mas pode ser faseada: “Devido à grande dimensão desta integração, a S&P Dow Jones Indices está à procura de opiniões, através de uma consulta à comunidade de investimento, para determinar se a Tesla deve ser integrada de uma só vez ou em duas tranches”, aponta o comunicado.
A presença num índice desta envergadura dará ainda mais visibilidade à empresa, e colocá-la-á em vários fundos que têm de ser representativos. Por isso, pode não ser tão fácil quanto isso a sua entrada de uma só vez, porque obrigará a uma recomposição muito rápida dos fundos. Do ponto de vista da empresa, como refere a Bloomberg, a presença no S&P 500 pode ajudar a Tesla a uma maior estabilidade na negociação, que disso não tem beneficiado desde que está cotada, em 2010.
Não se sabe ainda que empresa a Tesla irá substituir, mas sabendo-se desta esperada entrada, há aqui uma segunda boa notícia para o fundador, Elon Musk, que conseguiu que, esta semana, se deslocasse o primeiro voo operacional da Space X, a primeira empresa privada a viajar pelo espaço.
(Gralha corrigida no quarto parágrafo na conversão cambial pelas 9.30)