Economia

Passageiros esperam meses por reembolso de voos cancelados

Apesar de o prazo legal para reembolso ser de apenas sete dias, há milhares de passageiros que esperam há meses pela devolução do dinheiro das viagens que tinham marcadas e foram canceladas. Entre março e setembro chegaram à Deco mais de seis mil queixas

EDUARDO COSTA/LUSA

O prazo legal para receber a devolução do dinheiro de uma viagem de avião cancelada é de sete dias, mas há ainda milhares de pessoas que esperam há meses pelo respetivo reembolso. A informação é avançada esta quinta-feira pelo "Jornal de Notícias", que dá conta das queixas dos passageiros. A Deco, Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, recebeu 6694 queixas entre 4 de março e 30 de setembro - número que se divide entre queixas sobre o cancelamento de viagens e problemas com alojamentos. E a TAP é a companhia que regista mais queixas.

"Os passageiros são canalizados para o reagendamento da viagem ou para a atribuição de um voucher. É sonegada informação sobre o direito ao reembolso, o que é uma prática comercial desleal. Aos que não aceitam, a transportadora promete o reembolso, mas ele não é efetivado. Alguns esperam há um, dois, três meses", explicou Ana Sofia Ferreira, advogada da Deco.

Também a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) reconhece que o número de reclamações relativas a pedidos de reembolso aumentou nos últimos meses. "Em todos os casos, as transportadoras aéreas foram notificadas para proceder ao reembolso dos voos. De uma forma geral, as transportadoras aéreas têm vindo a proceder ao reembolso dos passageiros, embora com prazos de resposta dilatados", assume a ANAC.