O Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) garantiu um contrato de 2,7 milhões de euros junto do Fusion for Energy (F4E), entidade da União Europeia que tem por objetivo desenvolver novas técnicas de produção de energia através da fusão. Com este contrato, os laboratórios do ISQ de Castelo Branco deverão testar, durante os próximos quatro anos, materiais e modelos de ensaio que vão ser usados no ITER (de International Thermonuclear Experimental Reactor), projeto que já foi apelidado de maior experiência científica da atualidade e que prevê o desenvolvimento de um reator nuclear de nova geração em Cadarache, França.
Os trabalhos deverão arrancar em dezembro, refere um comunicado do ISQ. “No âmbito do contrato com a F4E, o ISQ irá realizar ensaios destrutivos e não destrutivos a materiais e mock-ups (maquetes) que serão utilizados no reator nuclear experimental do ITER”, refere José Figueira, administrador do ISQ, em comunicado.
Além da construção e desenho de maquetes e bancos de ensaio, os engenheiros do ISQ terão de testar materiais, processos e sistemas usados no ITER. Os ensaios também têm em conta a temperatura em vácuo.
Este não é o primeiro contrato ganho pelo ISQ para operar junto do ITER. Noutro contrato, o instituto português também foi incumbido de garantir a qualidade dos componentes que vão ser usados no ITER – o que levou a deslocar alguns engenheiros até à China para fazer a inspeção necessária junto dos locais de produção desses componentes.
O ITER tem em vista a produção de energia a partir uma nova tecnologia de fusão, que promete gerar menos receios e polémicas que as atuais centrais nucleares.
“Em condições laboratoriais, são reproduzidas as reações de fusão nuclear que ocorrem no interior das estrelas, num processo denominado nucleossíntese estelar, podendo vir a ser uma das tecnologias do futuro para a geração de energia elétrica renovável, limpa e mais barata”, acrescenta José Figueira, no comunicado do ISQ.