O futuro da saúde passa por teleconsultas, aplicações no telemóvel que mostram o ritmo cardíaco ou robôs que medem a temperatura, que desinfetam quartos em 10 minutos e até que dizem os números do bingo para servir de companhia a quem está mais isolado, seja por causa da covid-19 ou por outro motivo ou doença. Mas, agora, o futuro imediato tem de ser outro: dar prioridade às consultas, tratamentos e/ou cirurgias que foram adiadas ou canceladas por causa da quarentena e porque os profissionais do sector estavam a dar resposta à pandemia. Um número que pode chegar aos 12,5 milhões no final do ano, segundo um estudo da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e da Ordem dos Médicos.
“Dou os meus parabéns ao Serviço Nacional de Saúde [SNS], mas, neste momento, estamos noutra fase da pandemia e é preciso responder às outras doenças”, diz a CEO da Luz Saúde, Isabel Vaz. De acordo com a gestora, há vários casos que precisam de ser vigiados, como a hipertensão ou o pé diabético, e há diagnósticos que têm de ser feitos antecipadamente, por exemplo, de problemas cardíacos e vasculares e também oncológicos, como referiu o CEO da Mello Saúde (hospitais e clínicas da CUF), Salvador de Mello. “Na área oncológica foi dramático o que se passou no diagnóstico. Na rede CUF diagnosticamos, habitualmente, 80 cancros por semana, e na fase mais aguda da pandemia passámos para 20 casos por semana. É isso que é preciso recuperar.”