É no Porto que Rui Rio vai apresentar a sua visão de como poderá Portugal aproveitar os fundos europeus que vão chegar ao país. Já se sabe que haverá aposta na indústria e na tecnologia, e que haverá igualmente um foco na capitalização das empresas. O PSD tem-se mostrado disponível para uma aproximação do Governo para uma definição em conjunto do que fazer nos próximos anos.
“Programa Estratégico dos Fundos Europeus para a Década”. É este o nome do plano que será apresentado tanto por Rui Rio, presidente do PSD, como por Joaquim Miranda Sarmento, o presidente do Conselho Estratégico Nacional do partido, pelas 16h00 de dia 5, feriado.
Na semana passada, o Expresso já adiantou algumas das ideias que vão constar do documento: o foco será na digitalização e modernização do tecido empresarial, com um programa específico para indústria e tecnologia, seguindo o programa levado a cabo no Governo de Cavaco Silva; haverá um “programa específico de recuperação da economia dirigido aos setores mais afetados, como o turismo e o calçado e têxtil”; contará com uma estratégia delineada para a “captação de quatro ou cinco grandes projetos onde Portugal já tem know-how ao nível universitário e industrial”; e aplicar-se-á um esforço de “melhoria da eficiência energética”.
Ao Eco, Joaquim Sarmento também tinha dito anteriormente que um dos objetivos deste programa é criar um “quadro legal, fiscal e regulatório que seja atrativo para as empresas”. Aliás, ainda há dias, o responsável pela estratégia financeira dos sociais-democratas tinha já referido que as empresas portuguesas precisam de captar capital, em vez de se continuarem a endividar.
Em julho, já tinha sido apresentado pelo PSD um programa de recuperação económica, que agora será ocupado por um dossiê mais alargado que defina as prioridades de utilização dos fundos europeus que vão ser recebidos.
O Governo já apresentou o seu plano de recuperação e resiliência, mas mesmo assim o PSD avança agora com as medidas que implementaria se fosse ele a liderar o Executivo nacional. Em comparação, Rui Rio já disse que o programa do Governo dá um peso excessivo ao sector público e que é necessário dar um maior apoio ao sector privado, nomeadamente às empresas exportadoras e para o investimento.
"O grosso do objetivo tem de ser virado para as empresas, porque são as empresas que geram produção e são as empresas que pagam salários, sem querer esquecer a componente pública, que é complementar, mas no núcleo central têm de estar as empresas", é outra das frases que dá pistas sobre o plano de Rio.