O Banco Central Europeu (BCE) quer, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere, as autoridades políticas abrem as portas: é assim que a compra e a fusão entre bancos está a ser vista em Espanha. O CaixaBank, que detém o BPI, está a juntar-se ao Bankia, que foi resgatado há uma década, nascendo assim o maior banco com presença em Espanha. Mas o movimento não deverá ficar-se pelo país vizinho. O representante da banca em Portugal tem poucas dúvidas de que haverá fusões por cá. Aliás, o Novo Banco é um ativo que em breve será para vender, e as incertezas em torno do Banco Montepio avolumam-se, com várias vozes a apontar para a necessidade de uma solução. Entretanto, o BCP já se mostrou disponível para olhar para o banco do grupo mutualista e para outros que possam vir a ser objeto de consolidação.
“Como gestor, tenho obrigação de olhar para todas as operações que possam ser colocadas em mercado, e hoje temos os reguladores, ao nível do Banco Central Europeu, e muito também o discurso político, a falar da concentração bancária — e também já estamos a ver concentração bancária em Espanha.” Foi assim que Miguel Maya, presidente executivo do BCP, decidiu falar sobre a notícia do Expresso que apontava que o banco estava disponível para olhar para uma solução de fusão no Banco Montepio, detido na sua quase totalidade pelos 600 mil associados da mutualista (embora rejeitando ter tido reuniões com o ministro das Finanças sobre o tema).