Os trabalhadores do Novo Banco não tiveram, durante dois anos, qualquer incentivo para gerir os ativos tóxicos protegidos pelo Fundo de Resolução. Só em 2019 é que o banco passou a ter um sistema desse género. A denúncia é feita na auditoria da Deloitte, cuja versão integral, ainda que truncada, foi divulgada esta semana e que será escrutinada na próxima nas audições a António Ramalho e ao vice-governador que preside ao Fundo, Luís Máximo dos Santos.
Segundo aponta a Deloitte, o acordo do mecanismo de capital contingente (que definiu que o Fundo de Resolução ficou responsável por cobrir perdas até €3,89 mil milhões num conjunto de ativos problemáticos da instituição, dois terços das quais já efetivadas) previa que o Novo Banco implementasse “um plano de incentivos para os seus colaboradores que gerem os ativos abrangidos pelo [mecanismo], a alienar ou a realizar os ativos minimizando as perdas”.