Cautela, preocupação, receio. Estas são palavras ouvidas pelo Expresso aos líderes de confederações patronais e associações empresariais do país sobre a evolução recente do negócio e da economia e as perspetivas para os próximos meses. Em conversas onde a palavra otimismo não encontra lugar, os patrões avisam que a recuperação do tombo provocado pela pandemia de covid-19 está a ser lenta e abaixo das expectativas e pedem em uníssono o regresso do lay-off simplificado.
“O volume de negócios no comércio e nos serviços ao consumidor está abaixo do que seria expectável”, afirma João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), apontando um problema de fundo: “A quebra de rendimentos das famílias, devido a lay-off ou desemprego.” Ao mesmo tempo, “o teletrabalho continua a abranger muita gente, com impacto negativo no comércio e na restauração”. A que se junta “o maior resguardo das pessoas em casa e a incerteza sobre o futuro do seu posto de trabalho”. Tudo somado, “estamos bastante preocupados”, confessa. Lembrando que 99% das empresas em Portugal são micro, pequenas e médias, avisa que “em setembro/outubro terão de avaliar a sua viabilidade”. Nessa altura, “tememos falências e aumento do desemprego”.