Economia

Covid-19. Insolvências disparam 32% em julho

Foram 455 as empresas para as quais os encargos deixaram de ser suportáveis e não restou outro caminho além da declaração de insolvência. Por sua vez, a constituição de novos negócios travou a fundo

TIAGO MIRANDA

Expresso

Em julho, o número de insolvências de empresas em Portugal aumentou 32,3% para 455. São mais 111 as situações em que o negócio deixou de gerar rendimentos para fazer face aos compromissos assumidos por comparação com igual mês de 2019, segundo a Iberinform. No acumulado do ano, a subida foi de 8,4%, com 3.145 insolvências, mais 243 que nos primeiros sete meses de 2019, “mas com valores inferiores aos acumulados de 2018 e 2017”. Ou seja, em período de retoma depois do confinamento e fecho de inúmeros negócios por causa da pandemia, a realidade dos números mostra que a atividade empresarial está de rastos e que muitos não se conseguem reerguer.

Por sua vez, os distritos de Lisboa e do Porto são os que apresentam mais insolvências, 651 e 795, respetivamente, menciona em comunicado a filial da Crédito y Caución – face a 2019, regista-se um aumento de 9,2% na capital e de 8,2% no Porto. A juntar a estas duas subidas verificam-se em mais 13 distritos com aumentos: Angra do Heroísmo (100%), Castelo Branco (53,1%), Beja (46,7%), Faro (39,3%), Viana do Castelo (34,1%), Évora (26,9%), Ponta Delgada (22,2%), Madeira (19,4%), Santarém (18,2%), Setúbal (6,6%), Portalegre (5,9%), Braga (4,9%) e Leiria (3,4%).

Mas “o cenário é mais positivo” em seis distritos em que diminuíram as insolvências por comparação com o ano passado: Guarda (-35,7%), Coimbra (-24,3%), Vila Real (-11,1%), Bragança (-4%), Viseu (-1,4%) e Aveiro (-0,4%).

Além disso, apenas dois setores registam um menor número de insolvências: Indústria Extrativa (-25,0%) e Construção e Obras Públicas (-6,1%). Todos os restantes apresentam subidas com destaque para as atividades de Telecomunicações (+66,7%), Hotelaria e Restauração (+25,7%), Eletricidade, Gás, Água (+16,7%), Outros Serviços (+16%), Comércio Grossista (+14,7%) e Comércio de Veículos (+13,1%).

Menos 10.317 novas empresas

Já a constituição de novas empresas em julho apresentou uma expressiva redução de 25,9%, face ao período homólogo do ano passado. O mês fechou com 2.931 novos negócios, menos 1.026 do que em julho de 2019. E o acumulado dos primeiros sete meses de 2020 apresenta um diferencial “ainda mais significativo”, com menos 10.317 novas empresas que em 2019, numa contração de 32,7%.

Lisboa lidera em número de novas empresas, com 6.704, número que evidencia, no entanto, uma redução homóloga de 35,3%. O distrito do Porto, com 3.861 novas empresas, registou uma redução de 32,4% face a igual período de 2019.