"Desde 2009 que não se verificava um mês de maio com valores tão baixos, com as exportações de componentes automóveis a registarem uma queda de mais de metade, para 388 milhões de euros", diz a AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel na reação ao desempenho do sector na frente externa.
Em causa está uma quebra de 57% nas exportações nas vendas ao exterior do sector de componentes automóveis em maio, face ao mesmo mês de 2019. Apesar desta percentagem ficar abaixo dos 76% registados em abril, a AFIA sublinha que os números recolhidos com base nos indicadores do INE - Instituto Nacional de Estatística, mostram que este foi o terceiro mês consecutivo de quebra do sector, que inverteu a trajetória de crescimento em março (-26%), ressentindo-se do impacto da pandemia de covid-19 na economia, designadamente devido ao encerramento temporário das fábricas de componentes, ao cancelamento de encomendas e à quebra no consumo.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as exportações de componentes automóveis ficaram nos 3.049 milhões de euros, o que representa uma descida de 28,8% ou 1,231 mil milhões de euros face ao mesmo período de 2019.
Espanha continua a ser o maior mercado, com 861 milhões de euros (-24,4% face a janeiro-maio de 2019), seguida da Alemanha com 660 milhões de euros (-25,8%), da França, com 377 milhões de euros (-41,0% e do Reino Unido, com 226 milhões de euros (-36,6%). No total, estes 4 países concentram 70% das exportações portuguesas de componentes automóveis.
A indústria lusa de componentes para o sector automóvel agrega 240 empresas com sede ou laboração em Portugal que somam 59.000 postos de trabalho e um volume de negócios de 2 mil milhões de Euros por ano, 80% dos quais canalizados para a exportação. Ao todo, o sector representa 6% do PIB português, 8% do emprego da indústria transformadora e 16% das exportações nacionais de bens transacionáveis.