Economia

Turismo pede ao Governo lay-off prolongado a agosto, Algarve quer que seja até ao verão de 2021

Confederação do Turismo de Portugal reúne-se com Costa para propor a extensão do regime simplificado para dispensa de trabalhadores por mais um mês, pela situação difícil que o sector enfrenta este verão

Yu Hosoi/Unsplash

O impacto dos cancelamentos gerados por o país ter ficado fora dos corredores aéreos com o Reino Unido, em plena época alta, vai levar a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) a pedir ao Governo o prolongamento até agosto do regime simplificado de lay-off na reunião que vai ter esta quinta-feira com o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.

"O Governo decidiu levar o lay-off até final de julho, mas consideramos que há necessidade para o turismo que o regime seja prolongado por mais um mês com toda esta situação dos britânicos e do regresso do confinamento em Lisboa", considera Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), frisando ter havido "um agravamento" da situação do turismo português para o período mais forte da época turística - "e o Governo tem de considerar isso".

O presidente da associação hoteleira ressalva ainda que o prolongamento do lay-off até agosto para as empresas turísticas decorre "sem prejuízo do facto de haver hotéis a reabrir", uma vez que o regime simplificado de dispensa de trabalhadores pode ser feito em diversas modalidades "e os hoteleiros o que querem é reabrir as suas unidades".

Pandemia fez subir o desemprego no Algarve 192% em abril e 202% em maio

No Algarve, o sector vai mais longe, propondo que o regime de lay-off seja prolongado na região até ao verão de 2021.

"Defendemos que tem de haver medidas de discriminação positiva para o Algarve, entre eles o projeto de apoio ao turismo apresentado pelo Governo esta semana, mas também o prolongamento do lay-off, moratórias ou linhas de crédito até ao verão do próximo ano", sustenta Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA).

"Tem de haver um plano específico para a que é a maior e mais importante região de turismo. Sem isto a situação no Algarve é dramática", salienta Elidérico Viegas.

Lembrando que o impacto da pandemia de covid-19 "está a ter, em todos os indicadores, um impacto enormíssimo no Algarve, maior que no resto do país", e que na região o desemprego aumentou 42% em março, 192% em abril e 202% em maio", o presidente da associação hoteleira enfatiza que "o país compreenderá que o Algarve merece uma atenção especial".