Economia

INE. Confiança dos consumidores "recupera parcialmente" em junho

Depois de ter apresentado em abril o valor mínimo desde maio de 2013, em junho o indicador de confiança dos Consumidores e de clima económico dá sinais de recuperação

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Nuno Botelho

O indicador de Confiança dos Consumidores aumentou nos últimos dois meses, recuperando parcialmente da maior diminuição da série observada em abril e que originou o valor mínimo desde maio de 2013. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a evolução do último mês "resultou do contributo positivo de todas as componentes, perspetivas relativas à evolução futura da situação económica do país, da condição financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, assim como, das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar".

Os dados relativos à confiança dos consumidores em Portugal divulgados esta segunda-feira e já ajustados de sazonalidade, mostram que o clima económico aumentou em maio e junho, mas deu sinais mais positivos sobretudo no último mês. Uma "recuperação parcial", como lhe chama o INE, sustentada na recuperação de todos os sectores, com destaque para a Indústria Transformadora, que registou a evolução mais positiva. O aumento deste o indicador refletiu os contributos positivos de todas as componentes, saldo das apreciações relativas à evolução da procura global, opiniões sobre os stocks de produtos acabados e perspetivas de produção da empresa, mais intenso no último caso.

Na Construção e Obras Públicas e no Comércio, os indicadores recuperaram parcialmente em maio e junho. O indicador de confiança nos Serviços aumentou em junho, após ter apresentado no mês anterior o valor mais baixo da série atingindo o mínimo desde novembro de 2015. Segundo o INE, "a recuperação do indicador no último mês refletiu o significativo contributo positivo de ambas as componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego". Uma evolução que é transversal a todas as divisões: Promoção Imobiliária e Construção de Edifícios, Engenharia Civil e Atividades Especializadas de Construção.

Já o indicador de confiança do Comércio aumentou em maio e junho, após ter diminuído de forma expressiva em abril quando atingiu o mínimo da série. "As componentes deste indicador evidenciaram evoluções distintas, com as perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses a recuperarem totalmente do mínimo histórico da série observado em abril, tendo as apreciações relativas ao volume de stocks apresentado também um contributo positivo, mas de menor magnitude", revela o INE. Em sentido contrário, as opiniões sobre o volume de vendas prolongaram em junho o forte agravamento, atingindo um novo mínimo da série.

Nos Serviços, o indicador de confiança também aumentou em junho, após ter diminuído entre fevereiro e março, ter registado em abril uma queda abrupta e atingido em maio um novo mínimo histórico da série. De acordo com o organiso nacional de estatística "o comportamento do indicador resultou do contributo positivo das perspetivas sobre a evolução da carteira de encomendas e das opiniões sobre a atividade da empresa, mais intenso no primeiro caso, tendo as apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas contribuído negativamente".

O indicador de confiança nos Serviços aumentou em todas as secções, destacando-se as secções de Atividades de informação e de comunicação, Atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas, Atividades imobiliárias e Alojamento, restauração e similares, que registaram os maiores aumentos, depois de terem atingido em maio novos mínimos das respetivas séries.