A atividade económica em Portugal registou uma contração menos intensa em maio, quando comparada com o mês anterior, revela a síntese de conjuntura do Instituto Nacional de Estatística – não considerando médias móveis de três meses.
“Os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico recuperaram parcialmente em maio das fortes reduções em abril”, faz notar o gabinete de estatísticas. Indica ainda que por sectores de atividade, se observou um menor pessimismo na construção e obras públicas e no comércio, porém os indicadores de confiança “diminuíram novamente na indústria transformadora e nos serviços, atingindo novos mínimos”.
De acordo com o INE, os indicadores de confiança dos consumidores e de sentimento económico na zona euro recuperaram parcialmente dos agravamentos observados em abril, com os preços das matérias-primas e do petróleo a apresentarem variações em cadeia de 2,2% e 59,3%, respetivamente (contra -4,0% e -56,6% em abril).
Em relação às opiniões dos empresários da indústria transformadora dos principais países clientes sobre a evolução da respetiva carteira de encomendas, há uma menor confiança em maio, ainda que de forma significativamente menos intensa que no mês anterior. “Em abril, o índice de produção industrial dos principais países clientes diminuiu de forma mais abrupta, registando uma variação homóloga de -30,1% (-13,6% em março), a taxa mais baixa desde o início da série e que compara com a anterior taxa mínima de -19,9% observada em março de 2009”.
Portugueses ‘fogem’ do Multibanco e travam a fundo na compra de carros
Por sua vez, o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede Multibanco caiu 26,6% em maio, em termos homólogos, após ter registado a maior redução da série em abril (-38,6%). Já as vendas de veículos automóveis registaram taxas de variação homóloga de -74,8% nos automóveis ligeiros de passageiros, -51,3% nos comerciais ligeiros e -68,5% nos veículos pesados (-87,0%, -69,9% e -72,7% em abril, respetivamente).
De acordo com o Inquérito Rápido e Excecional às Empresas (COVID-IREE), promovido pelo INE e Banco de Portugal com frequência semanal, observa-se uma melhoria da situação das empresas na primeira quinzena de junho. “A percentagem de empresas em funcionamento aumentou de 92% na segunda quinzena de maio para 95% na primeira quinzena de junho, salientando-se o sector do alojamento e restauração, onde a percentagem aumentou de 59% para 77%”, faz notar o INE.
Por comparação com um cenário sem pandemia, este inquérito revela ainda que 68% das empresas reportaram um impacto negativo no volume de negócios (compara com 73% na quinzena anterior). Sem surpresas, o alojamento e restauração e os transportes e armazenagem “foram os sectores onde mais empresas reportaram reduções no volume de negócios (88% e 77%, respetivamente)”.