Com a viabilidade em suspenso por causa do processo Luanda Leaks - uma vez que é detida em 72% pela angolana Isabel dos Santos - , e penalizada agora pela crise provocada pela pandemia, a Efacec tem vivido este ano em sobressalto. O seu futuro aguarda por uma solução que passa pela sua venda - um processo já em curso - e pela saída de Isabel dos Santos da estrutura acionista. Um nó que está difícil de desatar e teve um novo episódio recentemente, a Efacec precisa de um financiamento bancário de 50 milhões de euros, mas os bancos só estão disponíveis para avançar se houver garantia do Estado.
Apesar de estar numa situação difícil e de ter trabalhadores em lay-off, a Efacec, cuja ambição de multinacional chegou a ser grande, continua a operar e a fazer entregas de encomendas. No dia 27 de maio foi notícia na imprensa francesa a instalação no centro de Paris, não muito longe da torre Eiffel, de um transformador da Efacec, encomendado pela francesa Enedis, uma filial da gigante EDF. Um equipamento a que foi dado o nome de transformador d´Alma, e que irá substituir um outro com 44 anos, com o objetivo de garantir o fornecimento de 110 mil casas no chamado anel de Paris e preparar a zona para um aumento de procura por causa dos Jogos Olímpicos de 2024.
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Trabalhadores qualificados e fabrico de equipamento e software na área da energia são trunfos da Efacec, a empresa de Isabel dos Santos
Afinal porque é que a Efacec é tão relevante para o país? Porque é uma das poucas empresas industriais portuguesas, é o maior grupo eletromecânico nacional, tem muitos trabalhadores qualificados e desenvolve o equipamento e software que está por trás da energia que chega a casa dos portugueses através da EDP