A economia alemã, a maior da zona euro, caiu 1,9% no primeiro trimestre de 2010 em relação a igual período do ano passado, segundo a primeira estimativa avançada esta sexta-feira pelo Destatis, o organismo federal de estatística. Esta quebra é superior à de 1,5% registada no primeiro trimestre de 2013, o último período trimestral recessivo.
Em relação ao trimestre anterior, o último de 2019, a economia alemã recuou 2,2%. Segundo o Destatis, esta quebra trimestral foi a maior desde o primeiro trimestre de 2009 - ano da crise económica global que se seguiu à crise financeira de 2008 - e a segunda maior desde a reunificação da Alemanha em 1990. Com esta nova quebra trimestral em cadeia, a economia alemã entrou em recessão técnica, depois de uma quebra de 0,1% entre outubro e dezembro do ano passado. Esta entrada em recessão técnica, deve-se ao facto, desta sexta-feira, o Destatis ter revisto em baixa a estimativa da variação em cadeia no último trimestre de 2019, de estagnação (0%) para -0,1%.
O impacto mais profundo da pandemia ainda não se tinha feito sentir totalmente no primeiro trimestre, sobretudo em janeiro e fevereiro, nos principais sectores industriais alemães que segundo os analistas do banco alemão Commerzabank, ainda estavam a laborar acima de 80% da sua capacidade produtiva. O primeiro grande choque, sobretudo no sector automóvel, registou-se em abril, com este sector já a laborar abaixo de 45% da sua capacidade.
Os analistas do banco alemão Commerzbank, numa nota aos investidores publicada esta sexta-feira, apontam para um afundamento do PIB alemão em 11,5% no segundo trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores.
Tanto em termos homólogos (em relação ao mesmo trimestre do ano passado). como em cadeia (em relação aos três meses anteriores), as quebras do Produto Interno Bruto (PIB) alemão foram inferiores às registadas para o conjunto da zona euro e para as outras três mais importantes economias - Espanha, França e Itália.
Segundo a primeira estimativa avançada, no final de abril, pelo Eurostat, o organismo de estatística da União Europeia, a economia do espaço da moeda única caiu no primeiro trimestre deste ano 3,3% em relação a igual período do ano passado e 3,8% em relação ao último trimestre de 2019. Aquele organismo de estatística avança esta sexta-feira com uma segunda estimativa da evolução do PIB entre janeiro e março de 2020.
Três grandes economias em recessão técnica na zona euro
Recorde-se que a França e Itália estão, também, em recessão técnica depois de terem registado quedas do PIB em cadeia em dois trimestres consecutivos, entre outubro e dezembro de 2019 e entre janeiro e março de 2020. A Alemanha juntou-se agora a este grupo.
Em termos homólogos, no primeiro trimestre, a França foi a grande economia da zona euro que mais recuou, com uma perda de 5,4% no PIB, seguida de Itália, com um recuo de 4,8%, e Espanha com uma quebra de 4,1%.
Numa comparação internacional, em termos homólogos no primeiro trimestre, a economia norte-americana registou um crescimento ligeiro de 0,3%, enquanto a China quebrou 6,8%.
Em cadeia, o PIB caiu 4,8% nos EUA, 9,8% na China e 1,6% no Reino Unido.
As estimativas para o Japão são publicadas na segunda-feira.