O Banco de Portugal decidiu entregar 607 milhões de euros em dividendos ao Estado, praticamente em linha com o que era antecipado por Mário Centeno no Orçamento do Estado para 2019. É um dinheiro que entra, ao contrário do que acontecerá com os 300 milhões de euros da Caixa Geral de Depósitos.
A distribuição de 607 milhões dividendos ao Estado em 2020, por conta do ano passado, compara com os 645 milhões de euros pagos no ano anterior, segundo dados revelados no relatório do conselho de administração do Banco de Portugal relativo a 2019. E segue em linha com com o que estava no Orçamento do Estado agora em vigor. O documento previa a entrega de 468 milhões de euros em dividendos, em termos líquidos, ou seja, em termos brutos, fica perto dos 607 milhões de euros.
O montante distribuído representa, como habitualmente, 80% dos lucros obtidos no ano passado, que alcançaram os 759 milhões de euros, aquém dos 806 milhões de 2018.
Além dos dividendos, o Banco de Portugal pagou ainda 347 milhões de euros em IRC. No seu todo, o montante entregue aos cofres públicos situou-se em 956 milhões de euros. O valor supera aquele que era esperado quando foi feito o orçamento interno do banco: 759 milhões.
Para a descida do lucro que se verificou no ano passado contribuiu o ambiente de baixas taxas de juro, que diminuiu a margem de juros do banco.
A impedir uma maior descida do resultado líquido face ao ano passado esteve o ganho de 81 milhões de euros, resultante da devolução de contribuições que o banco tinha feito ao Fundo de Garantia de Depósitos do Crédito Agrícola Mútuo, que foi integrado no Fundo de Garantia de Depósitos.
Em 2019, o balanço do Banco de Portugal aumentou em cerca de 2 mil milhões de euros para totalizar 160 mil milhões de euros.
O ouro nos cofres da autoridade deu o grande impulso. “O aumento do preço do ouro em euros de 20,8%” levou à subida da posição do ouro no banco em 2,9 mil milhões de euros.
“A quantidade de ouro manteve-se em 382,5 toneladas e encontrava-se avaliada em 16,7 mil milhões de euros no final de 2019”, assinala ainda o relatório.